http://www.wsj.com/articles/what-picky-eating-might-mean-for-children-later-1438621171
Ler essa matéria anexa do Wall Street Journal, que claramente aponta tantas crianças com distúrbios alimentares e consequências no comportamento, como ansiedade e depressão, chegou a me entristecer.
Como que com tantos recursos, as crianças estejam se tornando pobres de costumes básicos e essenciais para vida adulta.
Se o meu avô Milton, medico respeitadíssimo, estivesse vivo, diria: “ Ahhh, bom… essa criança não vai morrer de fome, se não quer comer, não insista, que quando estiver com fome, vai aceitar o que for servido.”
Carinhoso e muito dedicado, o que queria dizer, o que se aplica perfeitamente aos dias de hoje, é que nós pais estamos rotulando, estressando e complicando muito o que deveria ser mais normal, como a hora da mesa!
O alimento não representa simplesmente as propriedades nutritivas, mas uma verdadeira harmonia de valores, como o momento de reunião em família, a disciplina de uma rotina, uma cultura, respeito e aceitação.
As dicas que gostaria de deixar, como mãe de um menino que tem ótimos hábitos alimentares, (mas que também recentemente passou por uma influência muito grande de toda essa generalização do problema e propaganda excessiva), são as seguintes:
Horário e rotina – assim, na hora da fome, come-se o que é bom e não precisa tapear com “ biscoitinhos” antes das refeições
Boas maneiras – a boa apresentação não é frescura, é hábito. Sentar `a mesa e comer com os talheres corretos ajudam no desenvolvimento e apreciação pelos alimentos. Os sentidos são todos essenciais nesse momento, o aroma, o sabor, o ambiente agradável e as próprias côres dos alimentos, agussam o paladar e servem como referência dos nutrientes necessários. E quem disse que criança não tem paladar?
Determinação no cardápio – aonde já viu perguntar no dia-dia o que a criança quer comer? E quantos as explicações complexas? Criança não escolhe, na maioria dos casos, aspargos com grelhado ao invés do nuggets ou pizza. E criança também não deve estar nem aí, para entender o que é “ proteína, potássio, colesterol etc. Criança educada come o que tem no dia e para dizer que não gosta de algo, tem que provar primeiro para saber e dos dois, três ou até quatro elementos oferecidos, alguma deve gostar. Cabe `a nós caprichar na variedade e qualidade dos pratos.
Rotular – tudo parece ter uma sigla específica para qualquer sinal de “ manha” ou contestacão da criança. Vamos e venhamos, educar não é uma tarefa fácil, mas também não é o caso de “acusarmos” distúrbios ou criarmos sempre uma situação de exceção. “ A minha filha não come nada se não for com um filminho”, ou “ Não adianta, o que ele gosta mesmo é só macarrão na manteiga e salsicha”. Algo me diz, que esse cenário é mais conveniente. Perdão, mas sei que ninguém faz por mal e é desesperador ver um filho que não se alimenta bem, mas cada um tem um paladar a ser adaptado, dentro da rotina da família e não da criança, muito menos justificar como a síndrome da falta de atenção. Imaginemos como uma criança, é melhor sentar-se retinho, esperar, escutar os pais, comer devagar ou ficar imerso em um filminho em uma tela, só sua?
Tensão – as crianças são verdadeiras esponjas e absorvem tudo e se nós já ficarmos nervosos com o “ problema”, muitas vezes criados por nós mesmos, eles já sentem a emoção no ar e reagem da mesma forma.
A hora da mesa é sagrada!
Espero ter ajudado de alguma maneira porque não é facil fazer e nem falar.